Exposição Vermelho – Davy Alexandrisky
A gramática fotográfica tem seu discurso influenciado por uma gama infinita de variáveis, as quais venho experimentando desde 1968, quando me tornei fotógrafo profissional. São filmes de variadas sensibilidade à luz e consequentes diferenças de textura. Diferenças que se multiplicam pela fórmula química de seus banhos de revelação, combinados com as respectivas temperaturas em grau Celsus. Que ainda podem ter seu resultado modificado pela faculdade do fotógrafo errar deliberadamente a sua exposição à luz. Qualquer fotógrafo foto-químico – ou, modernamente, analógico – poderia encher várias páginas como essa só de experiências experimentadas pessoalmente no laboratório. Fora as centenas de milhares de páginas de uma farta bibliografia sobre técnica fotográfica.
Há 10 anos abandonei isso tudo para viajar no mundo da produção da imagem digital que, por sua vez, faz dessas múltiplas possibilidades fotoquímica ou analógica algo próximo ao finito, diante das opções que nos oferece a chamada fotografia digital. A compreensão dos números é inatingível. São dados da ordem de 16, 32 ou 65 milhões de cores, por exemplo. E usei justo o exemplo, dos milhões de cores, porque decidi comemorar meus 10 anos com um mergulho nos meus arquivos digitais para buscar fotografias que se aproximassem do monocromático. Podia ser azul, amarelo ou fúcsia, mas escolhi o vermelho por ser a cor que nos faz parar no trânsito, como na intenção de fazer o espectador parar diante das minhas fotos, de muitos momentos e lugares diferentes, fotografadas com as mais diversas intenções.
Exposição Vermelho, Davy Alexandrisky
De 9 de junho a 3 de julho. Abertura dia 9 de junho, às 19h.
Sala José Cândido de Carvalho, Rua Pres. Pedreira, 98, Ingá – Niteroi
Visitação: das 9h as 18h. De segunda à sexta-feira.