Exposição Vermelho: da fotografia analógia à fotografia digital
De bem com a vida, por nunca ter vacilado no combate contra o que ela tem de ruim, celebro com todo o entusiasmo cada momento que me dá esta chance. Desde 1978, quando festejei meus 10 anos de profissão na fotografia com uma exposição no Museu do Ingá, em Niterói, a cada 10 anos repeti os festejos com uma publicação ou uma exposição.
Este ano me dei conta que se passaram 10 anos da primeira vez que cedi aos apelos da fotografa digital e fiz meu primeiro trabalho profissional com uma Rebel, nem me lembro mais o modelo. Um choque de realidade que me transportou para o “mundo da ficção científica”. Era o fim da longa espera para ver se a luz tinha funcionado, se acertara a exposição, se a revelação tinha “magentado”. Que me perdoem os saudosistas que lamentam o “fim” da fotografia analógica (“fim” cuidadosamente entre aspas para não correr o risco de fazer nenhum inimigo aqui).
Diante dessa lembrança pedi a Sandra Vasconcelos que mergulhasse de cabeça no meu arquivo de imagens digitais produzidas nesses 10 anos: daí nasceu a exposição Vermelho, com vernissage marcado para o dia 9 de junho, na Sala José Cândido de Carvalho, coincidentemente ao lado do Museu do Ingá, local da minha primeira exposição.
Sem risco de “machucar” os originais, as fotos são “manuseadas” de um lado para o outro. Os arquivos são “desconstruídos”. As fotos de um determinado arquivo podem “dialogar” com as de um outro. Para tanto basta abrir uma nova pasta e “arrastar” as fotos, duplicando a imagem sem perda alguma de qualidade. Tudo tão novo que as aspas se multiplicam num pequeno parágrafo para dar conta das novidades.
Foi bom ser fotógrafo analógico, melhor ainda ser fotógrafo digital.